Consultor pede às empresas cabo-verdianas que desejam internacionalizar para estudar seu produto e o mercado

O consultor falava à imprensa à margem da “Trade Finance Business Breakfast- Internacionalização das Empresas cabo-verdianas”, promovido pelo International Investiment Banc (iiB), em parceria com a Câmara de Comércio do Sotavento (CCS), no âmbito da XXVI edição da Feira Internacional de Cabo Verde (FIC), que decorre na cidade da Praia até sexta-feira, 18.

“Uma empresa que quer internacionalizar deve fazer o seu trabalho de casa, a partir do momento em que está consolidada e pretende fazer uma internacionalização deve seguir algumas recomendações básicas: estudar o seu produto, estudar o mercado que pretende penetrar e procurar também algum parceiro estratégico”, recomendou o especialista.

Em caso contrário, prosseguiu, a empresa terá “extremas dificuldades” devido às questões burocráticas aduaneiras e também de integração do seu produto no mercado internacional, tendo recomendado ainda a procurarem o apoio das instituições nacionais como as câmaras de comércio, Ministério das Finanças ou agentes económicos.

“Na área do comércio internacional tem que ver a situação no âmbito de uma oportunidade, as empresas cabo-verdianas efetivamente estão sediadas no mercado pequeno, a questão aqui é o que podem fazer para contrariar essa situação”, frisou Manuel Fernandes, para quem as empresa cabo-verdianas têm valor, mas devem acrescentar uma “mais-valia” à sua cadeia de valor que passa, igualmente, por se profissionalizar, conhecendo os mercados internacionais e fazer essa diferença.

A pequenez do mercado de Cabo Verde, referiu, permite que as empresas sejam ágeis e se adaptem às necessidades dos mercados onde pretendem ingressar, assim como se adaptar rapidamente aos processos destes próprios mercados.

“(…) Aconselho a constante flexibilização e tentar-se profissionalizar que passa por ter conhecimento correcto dos melhores produtos para si e não se focar naquilo que é tradicional e sair da zona de conforto”, reforçou.

Para aquele especialista, muitas vezes as empresas cabo-verdianas desconhecem os benefícios de produtos ‘Trade Finance’, que têm presença internacional e que permitem uma flexibilização da sua tesouraria e gestão de liquidez.

“O iiB me convidou para vir falar destes produtos que são muito utilizados no comércio internacional, no mercado global, mas que estranhamente não são utilizados no mercado cabo-verdiano, o que provoca aqui uma diminuição da capacidade das empresas cabo-verdianas de se internacionalizarem e de fazerem uma gestão correta da liquidez”, salientou.

Por seu lado, a coordenadora do departamento de operações iiB, Leila Carvalho, explicou que Trade Finance é um conjunto de produtos e serviços financeiros, cujo o objectivo é de facilitar as transações internacionais, que representa atualmente o mercado global significativo de aproximadamente 32 triliões de dólares e se destaca como fundamental para todas as empresas de todas as dimensões.

Apesar da sua vasta utilização global, mencionou, em Cabo Verde o potencial do ‘Trade Finance’ ainda não é plenamente explorado.

“O conceito ‘Trade Finance’ é bastante abrangente já que apresenta várias soluções disponibilizadas pelos bancos destinadas às empresas importadoras e exportadoras”, disse Leila Carvalho, vincando que o iiB está comprometido em tornar o ‘Trade Finance’ “acessível, compreensível e adaptável” às necessidades específicas das empresas cabo-verdianas.

“O objetivo é desmistificar a sua complexidade e ser um aliado estratégico para o crescimento de negócio como exposição reduzida aos fatores de risco”, precisou, sendo que, finalizou, o papel da intermediação dos correios e das câmaras de comércio “é crucial” para o processo da internacionalização das empresas.

Inforpress