Num regresso inédito por ocasião dos CVMA, os Livity não excluem hipótese de voltar aos palcos

Grace Évora, Johnny Fonseca, Roberto Matias, Carlos Monteiro e Aníbal Fortes vão estar novamente juntos num regresso inédito aos palcos para cantar temas que marcaram uma geração. O regresso acontece amanhã, dia 3, no âmbito da XII gala dos Cabo Verde Music Awards e vai ser um momento de emoção, como adiantam em entrevista, sem, contudo, confirmar se vão juntar-se noutras ocasiões, mas também não excluindo a hipótese.

Segundo o percussionista da banda Anibel Fortes, este será um momento simbólico. “É muita emoção. É a primeira vez que vamos subir ao palco sem o Jorge (Neto). Estivemos quase 30 anos juntos e é a primeira vez sem ele”, refere o músico, mas faz questão de salientar que vão procurar agradar o público como aliás já é costume.

A organização vai aproveitar a gala para atribuir o Prémio Carreira aos Livity pelo seu percurso na promoção e divulgação da música cabo-verdiana no mundo e considerando a banda como parte integrante do património cultural e musical de Cabo Verde. Os músicos lamentam que Jorge Neto já não possa participar deste momento.

De salientar que na edição de 2021, o prémio (Carreira) Cesária Évora foi atribuído a Jorge Neto, a título póstumo, a Gil Semedo e a Grace Évora.

Questionados sobre se esta atuação poderá servir de pontapé de saída para um regresso aos palcos juntos, nenhum dos elementos da banda foi taxativo na resposta. Para o baixista Roberto Matias, “é preciso esperar ainda”.

Mais otimista é Anibel Fortes que se mostra entusiasmado, mas cauteloso, com um pos-sível regresso. “Pode ser um pontapé, mas tem de ser bem dado”. “Nós nunca demos as costas aos nossos fãs, por isso espero que não seja agora que façamos isso”, reforça o percussionista.

Apesar de reconhecer que o regresso aos palcos com os Livity pode ser complicado, Grace Évora não exclui a hipótese de tal acontecer mediante o surgimento de projetos diferentes. “Quem sabe mais para a frente podemos fazer umas coisas diferentes como agora nos CVMA”.

Interpelados a dar a sua opinião sobre o estado atual da música cabo-verdiana, Aníbel Fortes recorda que a banda abriu muitas portas para a música de Cabo Verde e para os jovens que atualmente estão nesta área. “Isto é algo bonito, representamos Cabo Verde em todo lado. Cabo Verde está num patamar elevado no mundo (a nível da música) e acreditamos que pode subir ainda mais e esperamos fazer parte desse momento”.

O teclista Carlos Monteiro também reconhece o papel das gerações mais novas em levar a bandeira de Cabo Verde aos vários palcos do mundo, à semelhança do que os Livity fizeram aquando da sua fundação. Na mesma linha, Aníbel acrescenta que uma colaboração dos Livity com artistas mais jovens poderá ser “algo bonito”